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CARLA MAFFIOLETTI NO STUDIOCLIO

LANÇAMENTO DO CD "SENTIMENTAL"

Publicado em 15/02/2019

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Nos dias 15 e 16 de fevereiro, a consagrada soprano Carla Maffioletti apresenta, no StudioClio, recital baseado no repertório de seu mais novo CD: "Sentimental".

 

A artista cantará e tocará violão acompanhada de Diego Schuck Biasibetti, ao violoncelo, Luciano Dal Mollin, ao contrabaixo, e Paulo Bergman, ao piano. Na ocasião, lançamento e autógrafos do CD "Sentimental".

Carla concedeu uma entrevista exclusiva para a Agenda Lírica, na qual nos conta um pouco sobre suas inspirações e os primeiros anos de carreira, entre outros. Confira abaixo!

 

Agenda: Olá, Carla. Em primeiro lugar, gostaria de agradecer tua disponibilidade para conceder esta entrevista exclusiva para a Agenda Lírica. Quero começar perguntando como foi o teu despertar para o canto lírico.

Carla: A minha maior inspiração no começo de todo meu contato musical foi a minha própria mãe. É linda sua relação livre com a música, sem barreiras, sem preconceitos – o ser musical aberto a todas experiências, instrumentos, estilos, relação forte com a criação e composição através do seu trabalho pedagógico.

Agenda: Qual cantora foi tua inspiração nos primeiros anos?

Carla: Mais adiante, passei a ouvir muito a Mady Mesplé, que foi para mim uma grande referência nos anos de estudos.

 

Agenda: Qual o teu compositor predileto ou que consideras grande inspiração?

Carla: Os compositores que tocam profundamente a minha alma são Richard Strauss, Gustav Mahler, Villa-Lobos e Rachmaninoff.

 

Agenda: Como aconteceu tua ida para a Europa?

Carla: Logo que eu me apaixonei pelo canto lírico e pela ópera estava claro pra mim que meus estudos de aperfeiçoamento da minha arte deveriam ocorrer fora do Brasil. Era uma força muito grande e uma determinação muito forte, que nada me impediria de seguir esta meta.

Depois de ter vergonhosamente negada – por um professor da UFRGS – uma vaga na seleção para fazer um masterclass de canto com uma professora internacional, não aceitei esta situação, fui ao encontro dela e disse “você tem que me ouvir!”.  Esta ação abriu as portas para o meu destino. No mesmo ano, eu fiz masterclass no Rio de Janeiro com uma professora holandesa e assim conquistei a vaga para estudar no Conservatório de Maastricht, na Holanda.

 

Agenda: No Guinness Book, consta como registro que a nota mais aguda emitida por uma cantora lírica foi um Sib6 – chamado pelos franceses de “contre-si bemol” –, cantado por Mado Robin. Lembro de ter te ouvido algumas vezes cantar um impressionante Fá7 (uma oitava acima do Fá da Rainha da Noite). Essa nota ainda “está lá”?

Carla: Sim, nos meus áureos tempos de estudante, eu cantava Fá agudo acima do Fá da Rainha da Noite. Em 2013, no teatro de Lucerna, na Suíça, eu cantei um papel que é considerado o mais agudo escrito para soprano, cantando si natural acima do Fá da Rainha da Noite e Sol e Lá superagudos, em notas longas e em melismas.

 

Agenda: Quando nos conhecemos, ensaiavas o musical “Jacobina”, no qual interpretavas o papel-título quando a personagem era ainda uma jovem – era notável teu grande talento como atriz já naquela época. Como foi tua formação, em particular, para a atuação?

Carla: No começo da minha carreira, eu tive a sorte de participar de muitos espetáculos teatrais, o que me deu muita experiência de palco, porque eu não estava ainda inserida no mercado de ópera de Porto Alegre, porém fui muito bem aproveitada nos palcos do teatro gaúcho. O musical Jacobina foi uma experiência fantástica, na qual dividi o palco com vários artistas famosos do cenário gaúcho, como Bebeto Alves e Marisa Rotenberg, por exemplo.

 

Agenda: Um dos grandes marcos na tua trajetória como solista foram as tournées mundiais dos shows do famoso violinista holandês André Rieu. Conta um pouco sobre essa experiência.

Carla: Desde 2002 – e por 12 anos – eu tive a graça de fazer parte de um dos maiores concertos clássicos do planeta. A primeira vez que eu cantei no concerto do André Rieu, lembro de levar um susto ao ver aquele paredão de público que completava todos os cantos do estádio. Foi uma experiência incrível e uma vitrine profissional de nível mundial, eu aprendi muito, eu cresci e amadureci e esta oportunidade me deu bases sólidas para o desenvolver também de uma carreira solo. O mais impressionante é ver a força da música, a emoção e a alegria que ela transmite igualmente na mesma intensidade em qualquer cultura e em qualquer situação social. A música é realmente uma linguagem universal e eu pude sentir isso na pele. Eu viajei quase o mundo inteiro – Japão, Austrália, África do Sul, Estados Unidos e Europa –, em concertos para grandes plateias. Era uma rotina muito puxada, de 120 espetáculos por ano e muitas viagens, é preciso muito do físico e muita disciplina para estar sempre livre, leve e segura no palco. Sou eternamente grata a todas essas oportunidades que tive na minha carreira.

 

Agenda: Além de vários CDs e DVDs gravados com o já citado André Rieu e CDs de compositores brasileiros, gravaste dois discos solo: “Blue Bird” e, agora, “Sentimental”. No primeiro, fizeste um apanhado de árias de óperas e outras peças do repertório de câmara. Como novidade, as obras foram arranjadas também por ti para o “Mandoline Ensemble the Strings”. Em “Sentimental”, além de canções que – nas tuas próprias palavras – foram sempre inspiração para ti, nos trazes também composições próprias. Como surgiu a ideia deste novo CD?

Carla: A ideia do CD “Sentimental” surgiu durante a minha turnê própria de concertos que realizei na Europa chamada “O Sonho”. Nesta turnê, eu toquei violão e cantei acompanhada de uma orquestra, e pude apresentar muita música brasileira; este repertório me deu o gostinho de produzir um trabalho diferente, poder ressuscitar o violão em minha carreira, além de gravar as canções que mais me tocam e lentamente começar a expor um trabalho mais autoral.

 

Agenda: Para o recital que farás no StudioClio, além de cantares e te acompanhares ao violão, contarás com um grande time de músicos locais: Diego Schuck Biasibetti (violoncelo), Luciano Dal Mollin (contrabaixo) e Paulo Bergmann (piano). Neste recital inspirado no CD interpretarás as peças gravadas no mesmo, além de outras?

 

Carla: O recital no StudioClio é uma oportunidade de trazer para o Brasil esse trabalho que venho desenvolvendo na Europa. Os arranjos são todos originais, feitos por mim adaptando melodias conhecidas e fazendo também uma releitura sonora destas músicas. É um recital de música de câmara feito com muito carinho, fazendo um contorno sentimental de todas aquelas imagens musicais que me inspiram profundamente. Estou muito feliz de dividir o palco com grandes talentos, grandes músicos gaúchos. É a uma experiência maravilhosa poder fazer essa troca e tocar no meu país, na minha cidade, para pessoas que eu conheço muito bem – não tem como descrever essa alegria, me sinto muito feliz.

 

Muito obrigado pelo carinho e pela simpatia!

Você pode adquirir seu ingresso acessando o seguinte link:

www.studioclio.com.br/atividades/concertos-e-shows/evento/39702/recital-sentimental-com-carla-maffioletti

O CD poderá ser adquirido no local ou pelo site www.carlamaffioletti.com/asp-products/sentimental-cd/

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